quinta-feira, 23 de dezembro de 2010


O Estado é Laico, A Profissão é Laica, Mas a Sua Universidade e a Sua Prática Profissional, São Laicos?

Laico, afinal de contas o que isso quer dizer? Laico é aquilo que não possui uma religião oficial, mantendo-se neutro e imparcial no que se refere aos temas religiosos, o que favorece a boa convivência entre os credos e religiões, combatendo o preconceito e a discriminação religiosa. O Brasil torna-se laico, ao menos em constituição, com a promulgação da carta magna de 1988, e o serviço social laicizou-se, ao menos em intenção, por definitivo, com o código de 1986, mas e a pratica profissional? Ela realmente esta laica?
Partindo do materialismo dialético e acreditando na historicidade social, sabemos que mudanças não ocorrem da noite para o dia, que estão engendradas em uma sociedade contraditória e cíclica e que são resultados de uma ampla discussão.
Contudo, a discussão hoje em dia, ao menos no contexto Guarapuavano, é extremamente carente, tanto no setor de exercício profissional quanto nas universidades, que deveriam ser espaços abetos para qualquer tema, uma vez que se intitulam um universo de conhecimento.
Compreendendo que a profissão e o estado, o maior empregador do profissional de serviço social, são laicos não por mera formalidade, mas sim por que isso realmente é necessário para construirmos um estado cada vez mais igual para todos, haja visto que dogmas religiosos tem sido usados historicamente como armas para impor ao cidadão de forma ditatorial vontades individuais, ou conceitos completamente errôneos.
E por a discussão ser deixada de lado, como algo que já foi completamente compreendido e superado, formam-se cada vez mais profissionais que não sabem o que é realmente um exercício profissional laico, e o que, a não efetivação do mesmo, traz de consequência para o usuário, para a instituição e para a sociedade como um todo. É claro que não estamos aqui discutindo a laicização dos profissionais do serviço social, afinal de contas, a livre crença religiosa deve ser defendida com unhas e dentes, todo mundo tem o direito de crer no que lhe conforta, longe também, de estamos discutindo um profissional neutro, com o juízo suspendido ou um cyborg teórico. Porém a sua prática profissional deve estar o mais distante possível dos preceitos religiosos do profissional, ela deve ser uma práxis embasada nos conceitos teóricos, na mediação, na historicidade, na contradição, enfim. Mas nunca pode ser embasada em dogmas religiosos fundamentalistas.
Conclui-se, portanto, que a discussão do laico deve ser efetuada de forma mais abrangente e clara em nossa universidade, onde o ridículo conservadorismo a permeia por inteiro, chegando ao absurdo de termos uma capela cristã fincada no centro da sua sede, com uma desculpa esfarrapada de que esta ali por respeito ao passado, por valoração cultural, valorizem a cultura religiosa, mas não uma religião!

Por um estado, uma UNICENTRO, e um exercício profissional LAICO DE FATO!!!

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